terça-feira, 26 de julho de 2005

Soares sempre fixe (revisto após comentários)

Mário Soares está a fazer consultas sobre a possibilidade de se candidatar à Presidência da República, depois dos apelos de José Sócrates, Ferro Rodrigues e Jorge Coelho.
Desejo e espero que conclua o óbvio, isto é, que é o cidadão mais bem posicionado para ser Presidente da República. Aliás, dez anos depois, ele ainda é "o" Presidente e ainda é a sua inspiração que modela o perfil do Presidente desejável.
A nossa história em democracia demonstrou que um bom Presidente terá que ter coragem pessoal, isenção política e um rigoroso sentido das instituições. E que basta faltar uma das características para as coisas serem menos boas do que deviam. Soares tem, como todos sabemos, as três características. A Cavaco, por exemplo, faltaria a isenção, foi sempre um homem de facção. Admito, aliás, que seja em torno da questão da isenção que se joguem as próximas eleições presidenciais. Para retomar outra expressão de Soares, quem será o melhor "moderador e árbitro" nos próximos cinco anos?
Mário Soares é o meu candidato.
Mas lamento profundamente a frieza com que Manuel Alegre foi tratado dentro do Partido Socialista. Disponibilizou-se para o combate difícil que ninguém parecia querer, quando os génios da táctica o davam por perdido e custa-me muito a acreditar que o tenha feito na total ausência de sinais. A generosidade paga-se, por vezes, muito cara, mas a frieza dos tacticismos também acaba um dia por chocar com os seus limites. Só que ninguém sabe quando é, como Cavaco não sonhou com a terça-feira de Carnaval.