segunda-feira, 30 de janeiro de 2006

As eleições são todas diferentes umas das outras, mas... (revisto)

(clique para ver melhor o gráfico, em janela própria)

As eleições são todas diferentes umas das outras, mas não tanto como parece inferir-se da teoria da disjunção total entre eleições diferentes que se vai propagando.
Agora, que falta muito tempo para que o país volte a eleições legislativas, vale a pena reflectir sobre as tendências dos resultados eleitorais para eleições legislativas e autárquicas.
No gráfico pode ver os resultados do PS nas eleições desde o 25 de Abril para a Assembleia da República(e para a Constituinte) e para as Câmaras Municipais.
Claro que não há dois resultados iguais. Mas há ciclos temporais bem desenhados visíveis nos dois tipos de eleições. O PS nunca teve em eleições autárquicas resultados nacionais tão bons como os seus melhores nem tão maus como os seus piores em eleições legislativas, mas ambos seguem basicamente os mesmos movimentos temporais de subida e descida.
Quando desenhamos uma linha de tendência cobrindo a história destas eleições em democracia, os resultados eleitorais do PS têm um tendência histórica de subida, quer em legislativas quer em autárquicas, muito semelhante.
Dito isto, vale a pena olhar para os dois actos eleitorais de 2005. Nesse ano, o PS teve, primeiro, o seu melhor resultado eleitoral de sempre e, depois, o seu pior resultado autárquico dos últimos 20 anos. Esta diferença não tem nenhum paralelo na série.
Talvez se esteja a começar a desenhar um novo padrão de evolução eleitoral, mas, se a tendência dos últimos trinta anos valer alguma coisa, a discrepância exige atenção e reclama medidas, mesmo da parte de quem só se preocupe com os resultados das legislativas.
Acresce que, por mim, discordaria da transformação do PS numa sigla embaraçosa que alguém acordasse de quatro em quatro anos para tentar formar governo e só se mantivesse viva em permanência nos períodos de oposição.