Pode ser este o resultado económico de Portugal na primeira metade do Séc. XXI?
O ECOFIN (Conselho de Ministros das Finanças da UE) encomendou ao Comité de Política Económica uma projecção da despesa pública relacionada com o fenómeno do envelhecimento.
Em Novembro de 2005 foi publicada uma nova projecção deste Comité, resultante de uma metodologia adoptada por acordo, a qual é usada na análise da sustentabilidade das finanças públicas dos Estados-Membros.
Há no relatório múltiplos pontos que carecem de reflexão. Um deles é o que se reflecte no quadro (obtido a partir do que se encontra na pg. 11 do relatório). Se as projecções se revelarem adequadas à realidade, Portugal vai viver meio século de estagnação económica relativa no seio da UE:
a) chegará a 2050 com um PIB per capita em relação á UE15 igual ao de 2004;
b) apenas a Grécia terá um pior desempenho económico entre os actuais Estados-membros da UE com PIB per capita inferior a 75% da média da UE 15;
c) seremos em 2050 o país mais pobre dos 25 actuais Estados-membros, apenas igualados pela Grécia.
Se a base económica for esta, que sociedade podemos ter em 2050? O desafio não começa na adaptação das políticas sociais mas no sucesso das políticas económicas.
Recorde-se que as previsões se baseiam em "no policy change", isto é, não têm em conta os resultados de quaisquer medidas futuras. Com as políticas económicas que vamos ter, que ambição temos, por exemplo, para o crescimento do PIB em relação à média da União Europeia?
Se ela não for superior ou não produzir resultados melhores que estes e tivermos que adaptar o financiamento do modelo social ao cenário económico destas projecções, tenhamos a certeza que não há milagres. Mas seria, então, o modelo economicamente viável sustentável socialmente?