Os partidos políticos na informação das televisões
Não saberia responder se me perguntassem qual a percentagem de tempo noticioso que em média deve ser dedicada aos partidos políticos. Mas, atendendo às funções que têm em democracia, de que a de vigilância dos governos é a mais relevante mas não a única, diria que deveria ser algo significativa.
Nas televisões generalistas portuguesas (SIC, TVI e RTP1), segundo a Marktest, ocupam 5 a 6%. No ultraminoritário segundo canal ascendem a 10%. São estes os dados dos primeiros sete meses do ano de 2006. Parece-me muito pouco, mesmo sem saber que conteúdo têm essas notícias.
Será que os partidos não produzem notícias relevantes, dado o estado de desvalorização a que por vezes as suas próprias lideranças os reduzem? Será que perderam a noção do que é mediático, apesar da permanente angústia do soundbyte? Será que as televisões, conduzidas pelos estudos de audiência, concluiram que o tema partidos é impopular face aos temas concorrentes? Ou será, simplesmente, que 5 a 6% do tempo noticioso é o tempo adequado de exposição de um cidadão numa democracia moderna a tal tema?
Os estudos comparativos com outros países, de que não disponho, eram capazes de ajudar a perceber melhor a dimensão do aparentemente reduzido interesse público pelo pilar da democracia que os partidos constituem.