the kids are setting up a free-speed nation
Amanhã, na Culturgest, às 17 horas, no âmbito da exposição do João Paulo Feliciano, vai passar uma hora inédita do concerto dos Sonic Youth em 1993 no Campo Pequeno. Seria impensável antes e voltou a ser impensável pouco depois, ter tanta gente a ouvir os Sonic Youth em Lisboa. Mas naquela noite, com o Dirty fresquinho, com os Nirvana no auge da popularidade, foi possível. E a verdade é que dos vários concertos que vi dos Sonic Youth aquele foi de longe o melhor. Mas nestas coisas nunca se sabe bem o que vale mais: o concerto de facto ou o contexto em que decorreu. A ideia que tenho é que estava um calor do caraças e foi um daqueles momentos em que tudo se juntou para bater certo. Esta versão do Teenage Riot não é dessa noite – o Lee Ranaldo, se bem me lembro, tocava com uma tshirt dos Lulu Blind –, é bem mais recente, e isso nota-se nas caras deles. Mas quando os Sonic Youth acabaram de publicar um dos seus melhores discos e um dos grandes álbuns de 2006 – Rather Ripped – ouvir o Teenage Riot agora, não é muito diferente de os ouvir a tocar nos finais dos anos oitenta. Acho que foi o John Peel que disse que via um sinal de sanidade mental em partilhar com o filho o gosto por ir a concertos dos The Fall. Que dizer de uma banda em que marido e mulher continuam a tocar assim com cinquenta anos?