quarta-feira, 15 de novembro de 2006

O cavalo metafísico

O argumento é, se a memória não me falha, de Douglas Adams, em Agência de Detectives Holística (publicado em Portugal pela Europa-América).

1. Era uma vez um cavalo-robô que saiu da fábrica com uma avaria no cérebro. Em consequência, ficou dotado de criatividade e de livre arbítrio, o que, simultaneamente, o alegrava e perturbava. Acima de tudo, o nosso cavalo sentia-se angustiado por não entender o sentido da vida. Tão angustiado que decidiu fazer uma viagem para descansar.
No preciso momento em que decidiu viajar descobriu, por fim, o sentido da Sua vida: não ia fazer uma viagem, ia fazer A Viagem.
Tinha descoberto o poder da maiúscula.

2. Um pouco como o André Freire, nas suas crónicas do Público sobre a esquerda e o PS. Embora escreva em minúsculas, pensa com maiúsculas. Por exemplo, nos seus textos não há sindicatos mas Sindicatos (o que é mais grave, pois tem que usar a maiúscula no plural). Portanto, um desacordo sobre propostas concretas, com sindicatos concretos, com posições concretas não é analisado nos termos concretos em que se manifesta mas transformado em Discurso Anti-Sindical.
Temos metafísico!