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- Pode pensar-se – e eu sou dos que, para além de o pensarem, o disse quando foi da sua nomeação para a Iberdrola – que há aspectos da transição de Joaquim Pina Moura do mundo da política para o mundo empresarial de que se pode e deve discordar, em nome, principalmente de duas ordens de razões: primeiro, para reduzir as proximidades espúrias entre os decisores políticos e o mundo dos negócios; segundo, porque “o pudor é o tributo que o vício paga à virtude” (Wilde).
- Mas daí aos coros de protestos que por andam vai um mundo de distância - onde o cinismo se cruza com um tão despudorada defesa de interesses políticos e mediáticos que só enganam quem se quiser deixar enganar ou preferir esperar que os tomemos por ingénuos angelicais – em que não alinho.
- Num país em que o “Compromisso Portugal” e similares se dedicam à política pura e dura, com agendas e calendários moldados à medida dos ciclos eleitorais; num país em que a circulação entre os mundos da política e da representação de interesses organizados e empresariais conhece múltiplos e relevantes exemplos; num país em que o PSD escolheu J.M. Aznar como único convidado internacional de relevo a um seu congresso em vésperas eleições, os argumentos chauvinistas e anti-espanhóis não podem ser lidos senão como convite ao sorriso.
- A menos que … o problema esteja em “El Pais” ser um grande jornal de referência internacional ou que seja uma maçada que possa vir a abrir-se uma brecha – e, pior ainda, se for de qualidade e de esquerda – num sector tão concentrado e politicamente tão orientado como é o da comunicação social portuguesa.