terça-feira, 1 de maio de 2007

O estado a que Lisboa chegou


















Depois do triste espectáculo dos últimos dias, começa a não haver palavras para descrever o ponto de não retorno a que chegou a situação em Lisboa. Que Marques Mendes e o PSD se refugiem em enunciados abstractos para não tomar uma posição definitiva sobre este caso bem concreto; que o telemóvel de Carmona tenha estado "desligado" e "incontactável" durante dias e isso seja vendido como justificação para um compasso de espera e demorado silêncio; que alguém (e não outro por ele) que disse que se demitiria se um vice-presidente fosse constituido arguido (mesmo que, na verdade, não tivesse que o fazer, nem de o dizer) se mantenha num silêncio profundo quando a situação se coloca a ele próprio, tudo isto roça demasiadas fronteiras para passar em claro.

Mas quando é noticiado - e não desmentido - que o "compromisso previamente assumido" pelo qual o "aficionado" Carmona se "ausentou do país" é, afinal, uma feira de motas antigas em Inglaterra, estamos conversados. Nem mais uma palavra há a dizer sobre qualquer coisa que passou, em definitivo, para um estado de pura inexistência. O problema é que essa "coisa" é o poder executivo que, pelo menos no papel, tem governado Lisboa.