E com gente grande?
1. A onda em curso de controlo mais rigoroso da aplicação da lei, de que a actuação da ASAE é paradigma, e de promoção de novas políticas da vida , com ponto alto na recente regulamentação anti-tabaco, é antipática não tanto pela sua substância como pela sensação, certa ou errada, de que representa, em muitos casos, um exercício de autoridade sobre os mais fracos. Talvez o mesmo exercício com gente grande, em domínios exemplares, mudasse aquela percepção e legitimasse parte do que agora se faz.
2. Um exemplo. Nunca consegui perceber por que razão é possível homologar, para circulação viária, automóveis com uma velocidade de ponta superior à legalmente permitida. Ou melhor, nunca consegui perceber as boas razões para tal. As más são fáceis de entender: a velocidade de um automóvel constitui valor simbólico que o fabricante do dito usa na sua promoção.
3. Limitar a velocidade dos automóveis de acordo com os limites legais de velocidade seria uma boa ideia, pois facilitaria o cumprimento dos objectivos procurados com a definição de tais limites. Permitiria ainda libertar os efectivos policiais do controlo dos excessos de velocidade e usá-los no controlo da condução perigosa (que pode ser lenta). Finalmente, constituiria um contributo importante para a redução das emissões poluentes em que o tráfego automóvel é campeão.
4. Só há, com esta proposta, um enorme inconveniente: obriga a implicar com gente mesmo, mesmo, grande. Questão de vontade...