Afinidades electivas?
A vozearia que para aí anda em torno dos impostos, alegadamente excessivos, que pagamos não parece sustentável quando se olha para os números. Os deste gráfico foram retirados do Eurostat e mostram que Portugal ocupa na União Europeia uma posição intermédia, abaixo quer da média da UE27, quer de Espanha.
Só me ocorrem, por isso, três explicações possíveis:
1. um preconceito ideológico direitista, que não resiste à prova dos factos;
2. um receio de que o combate à fraude fiscal continue e produza os resultados desejáveis, isto é, a redução da evasão;
3. um imaginário, a meu ver distorcido, que tende a preferir a Roménia à Dinamarca como país de referência.
Coisa diferente é saber se são bem empregues – isto é, se concordamos com as prioridades – os impostos pagos pelos contribuintes. E, quanto a isso, haveria bem mais a discutir.