O governo de José Sócrates e a concertação social
Esta manhã, num debate na TSF, o André Freire defendeu a tese de que este Governo não valoriza o diálogo social. Mas esta construção, que adere à percepção imediata que se tem do discurso político, dado que houve momentos de grande crispação, não é confirmada pela realidade dos resultados da Concertação Social. Uma consulta rápida à página do Conselho Económico e Social permite demonstrar que o início da actual legislatura correspondeu a uma entrada enérgica num diálogo social com resultados significativos (segurança social, salário mínimo, formação profissional). Mandaria a prudência que André Freire dissesse, pelo menos, que as duas realidades coexistem, mesmo que quisesse desvalorizar os momentos de diálogo conseguido face aos de conflito.
Aliás, o nível de concertação sucedida só tem paralelo, no passado, no período de transição da primeira para a segunda maioria absoluta de Cavaco Silva, no primeiro ano do Governo de António Guterres e no ano de 2001. Em análise política as coisas não podem ser só o que parecem.
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