Agressão na escola entre colegas: um fenómeno social transversal
O caso de agressão entre colegas numa escola básica de Almada, que hoje vi noticiado, vai dar provavelmente lugar à mais diversa sociologia espontânea. Antes que ela se difunda, vale a pena dar uma vista de olhos num artigo publicado em 2006 numa revista de educação em que, após a aplicação de um questionário numa escola do 3ºciclo, se concluía:
Os maus-tratos entre iguais são um fenómeno que atravessa todos os estratos sociais, parecendo existir uma ligação entre o estatuto de aluno vítima e famílias monoparentais ou ausência simultânea das figuras paterna e materna; quanto aos alunos com estatuto de agressores tendencialmente vivem com ambos os pais.
Talvez eu esteja enganado, mas não creio que a generalidade dos que vão comentar a notícia de hoje tenham a percepção de que o fenómeno das agressões entre pares apresenta este perfil.
Ver:
Isabel P. Freire, Ana M. Veiga Simão e Ana S. Ferreira, "O estudo da violência entre pares no 3º ciclo do ensino básico — um questionário aferido para a população escolar portuguesa", Revista Portuguesa de Educação, 2006, 19(2), pp. 157-183 (consultável aqui)