terça-feira, 3 de abril de 2007

Uma questão de carácter

Não conheço nenhuma sondagem que, nos últimos tempos, tenha avaliado a popularidade de Maria José Nogueira Pinto. Mas a existir, arrisco apostar que estaria em alta. Não surpreende: como tem sido assinalado, a ex-dirigente de CDS tem um passado de autonomia, de defesa de convicções e por onde passou deixou a sua marca. Para ajudar, nas últimas semanas, foi vista como tendo sido vítima do lado mais negro da vida partidária – as disputas internas e processuais – e, depois, revelou um desapego ao poder incomum, ao abandonar o lugar de vereadora da Câmara de Lisboa (que tendo em conta a campanha personalizada que desenvolveu, era, de facto, seu). Tudo somado, é provável que, por agora, os níveis de aprovação de Maria José Nogueira Pinto sejam elevados.
Contudo, o exemplo de Maria José Nogueira Pinto não tem nada de exemplar. É antes revelador da degradação da vida pública e política aos olhos dos portugueses. Poucos casos condensam de modo tão preciso a debilidade do nosso sistema político e mostram o caminho de desafectação crescente entre partidos e sociedade.
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