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Naxos

Ainda pouco conhecida em Portugal, e pouco valorizada, a Naxos é hoje a editora que mais discos de clássica vende em todo o mundo. Para além da vantagem do preço (pouco mais de €7 por CD), a Naxos destaca-se por oferecer som de grande qualidade e um catálogo onde encontramos de tudo: da música antiga à contemporânea, dos compositores mais famosos aos menos conhecidos, das composições mais interpretadas às peças quase desconhecidas de compositores muito divulgados. A boa relação qualidade/preço não é milagre: explica-se por tiragens mais elevadas e pela redução de custos que resulta da simplificação gráfica dos CD e respectivas caixas, bem como do recurso a músicos exteriores ao círculo das vedetas das grandes companhias discográficas.
As capas que acompanham este texto ilustram alguma dessa diversidade. Das sonatas para piano de Haydn interpretadas por Jandó aos quartetos de cordas de Shostakovich pelos Éder; dos quase ignorados concertos para clarinete de Spohr e sinfonias de Weber a uma selecção de composições surpreendentes e pouco conhecidas de Sibelius… para piano.
Na Suécia é possível encontrar expositores da Naxos em papelarias e tabacarias; em Portugal, só em algumas discotecas de maior dimensão e apenas com uma reduzida selecção de títulos. No entanto, a diversidade, qualidade e preço dos discos da Naxos poderiam contribuir para democratizar o acesso à chamada música clássica, muito elitizado no nosso país em consequência de um deficiente ensino musical e de uma bolorenta prática de concertos. Neste contexto só faltavam mesmo as críticas à Festa de Música escutadas recentemente na Antena 2. A Festa constitui um dos poucos espaços em que, apesar de uma excessiva subida dos preços de ano para ano, é ainda possível encontrar novos públicos, em contraste com ambientes “naftalinosos” como os que predominam nas temporadas da Gulbenkian (independentemente da indiscutível qualidade musical da sua programação).
Esperemos que a recém criada Casa da Música não vá pelos caminhos da Av. de Berna. O montante do investimento público aí realizado exige mais.
http://www.naxos.com/