terça-feira, 13 de setembro de 2005

O Bom, o Mau e o Vilão

Lembrei-me do título do filme de Leone várias vezes nas últimas semanas, mais pelo seu sentido literal do que pelo argumento. Sobretudo quando ouvia cronistas vários a elogiarem Campos e Cunha por, segundo eles, ter querido governar contra o Programa Eleitoral do PS e, em simultâneo, criticarem Sócrates por não ter respeitado compromissos desse mesmo Programa Eleitoral. Eu sei, não parece fazer muito sentido mas tem sido mesmo assim.
Campos e Cunha, o Bom, é elogiado por, alegadamente, ter percebido a necessidade de aumentar o IVA e por não ter querido investir na OTA e no TGV (violando, em ambos casos, o Programa que esteve na base da formação do Governo que aceitou integrar).
Sócrates, o Mau, é criticado tanto por ter violado um compromisso eleitoral (com o aumento do IVA) como por querer cumprir compromissos eleitorais (com a construção da Ota e do TGV).
Faltava o Vilão. Mas isso é fácil: atribui-se o papel a Teixeira dos Santos, o novo ministro das Finanças, por querer colaborar com o Mau na destruição da obra do Bom, isto é, no cumprimento das promessas eleitorais de Sócrates.
Confuso?
Ora, leia Fátima Bonifácio e José Manuel Fernandes, por exemplo, e tente ver mais claro. É que pode ser minha a falta de entendimento…