Ricos mas desiguais (corrigido)
Começa hoje a sentir-se, no combate do Governo aos privilégios, uma surpreendente ausência: a dos privilegiados.
E, no entanto, eles existem e recomendam-se. Olhe-se para os dados sobre a desigualdade de rendimentos no Human Development Report 2005, da ONU. Considerando o grupo dos países de “elevado desenvolvimento humano”, em que Portugal se integra, conclui-se que apenas dois asiáticos (Singapura e Hong-Kong) os EUA e sete latino americanos (Trindade e Tobago, Uruguai, Costa Rica, Argentina, México, Panamá e Chile) são mais desiguais do que o nosso país. Entre 26 europeus somos líderes claros, havendo ainda menos desigualdade do que em Portugal em países como o Canadá, a Austrália, a Nova Zelândia, a Coreia ou o Japão.
Este padrão de desigualdades tão marcadas será também para reduzir, ou teríamos que começar a pensar que, no fim, os privilégios ficariam reservados para os privilegiados.
O que, convenhamos, não seria lá muito socialista.
Desigualdade de rendimentos (índice de Gini)
Fonte: Human Development Report 2005, ONU (pp. 270-3)
[Clique no gráfico para o ler. Quanto maior o valor do índice de Gini, maior a desigualdade.]
Human development indicators 2005