Depois das autárquicas
Como se viu, estou convencido que as eleições autárquicas vão ter repercussões políticas nacionais, sobre o governo e a oposição como sobre as presidenciais, para não falar de iniciativas polémicas como a do referendo sobre a IVG.
Esta leitura, provavelmente, não reúne muitos apoios. Os militantes da democracia electrónica parecem ter opinião diferente: 61% dos 5216 “votantes” de um inquérito electrónico do Público acham que o resultado das autárquicas não afecta “o mandato governamental de José Sócrates”; 20 dos 50 cibernaturas que opinaram no inquérito do Canhoto acham que não há vencedores nacionais de eleições autárquicas. E os outros dividiram-se entre os que escolheriam um critério em que o PS ganhou (10 dizem que ganha quem tem mais votos) ou um em que seria vencedor o PSD (9 escolhem ganhar mais câmaras e 6 ganhar as mais importantes).
Se eu fosse como certos colegas começaria já a fazer análises complexas sobre a “minha sondagem”. Como não sou, agradeço, em nome dos canhotos, aos nossos leitores, que assim transformaram a pergunta que fizemos no post com mais comentários de sempre na nossa curta existência (50 máquinas que foram levadas a transmitir uma opinião). Voltaremos à carga.
Mas chegou o momento de virar de página. A análise do Orçamento de Estado merece energias que ainda não tive e na sua discussão encontraremos os primeiros elementos de resposta à nova conjuntura política.