terça-feira, 4 de outubro de 2005

Sem emenda

Segundo o DN de ontem,

Francisco Louçã e José Sá Fernandes insistiram, na sexta-feira à noite, na ideia de que o Bloco de Esquerda apresenta para a Câmara de Lisboa o candidato “da decência” e das “mãos limpas”, contra as “negociatas” do actual poder autárquico. Num comício que encheu o centro do Largo do Carmo, na sexta-feira à noite, o líder do BE repetiu muitas vezes esta ideia da “decência”, não só em relação a Sá Fernandes mas também aos “mais de mil candidatos” bloquistas às juntas de freguesia, que “trouxeram a política decente para onde grassa a especulação e a negociata”. Contra “os abutres”, Louçã apresentou Sá Fernandes como o candidato “da sinceridade”, “franqueza” e “generosidade”.

E agora é o BE a levantar a bandeira da cruzada moral nestas autárquicas. Em rigor, a palavra de ordem sobre o “candidato que gosta de Lisboa” já não augurava nada de bom: era como se todos os outros candidatos se movessem por interesse, em contraste com o desinteresse do Bloco, movido por “puros” afectos.
Não vou repetir argumentos, apenas a conclusão: este discurso irresponsável desqualifica e deslegitima a vida política democrática e favorece o justicialismo populista.

PS Em Oeiras, dois novos cartazes da candidatura do PSD completam a resposta à pergunta “Que valores quer para Oeiras?”. Depois de “Verdade”, as novas respostas incluem “Honestidade” e “Credibilidade”. Em contra-ataque, que à irresponabilidade geral junta a cobardia, um panfleto anónimo tece insinuações de mau gosto sobre a origem do património de Teresa Zambujo.
É mesmo urgente o regresso à política!