domingo, 11 de dezembro de 2005

Corrupção: forte e não apenas na política

A Transparency International publicou há dias, uma vez mais, um estudo sobre a percepção que os empresários e os analistas têm da corrupção num conjunto de países. No caso de Portugal, os indicadores publicados resultam de 520 entrevistas telefónicas feitas em Junho passado.
A posição de Portugal no ranking construído a partir das sondagens realizadas está longe de ser brilhante: nos 161 países incluídos, há 25 com melhor posição; por comparação com os Estados membros da UE inquiridos, há 13 melhores do que Portugal.
Nos 20 países europeus inquiridos – 17 da UE mais Islândia, Noruega e Suíça – só em 3 – Dinamarca, Holanda e Noruega – é que os partidos políticos não são vistos como o sector mais corrupto.


A comparação da percepção da corrupção em Portugal com a média dos países europeus inquiridos mostra que será no fisco, nas alfandegas, nos sistema legal e judiciário e no sistema educativo que a diferença, para pior, dos indicadores portugueses é mais acentuada e que será nos media e nos militares que temos indicadores melhores do que a média dos países europeus inquiridos.

Igualmente negativo é o que os dados da Transparency International sugerem quanto à evolução recente e quanto às expectativas de evolução a curto prazo.
Se estes dados traduzem a realidade, a conclusão é, forçosamente, bem mais drástica do que, nos últimos dias, se leu na comunicação social: não haverá, com a relativa excepção dos militares, sectores vistos como não corruptos por quem respondeu ao inquérito.

Até quando?