quinta-feira, 29 de dezembro de 2005

O segundo erro de Cavaco

Cavaco Silva cometeu o segundo erro da sua campanha quando disse que o governo deveria incluir um Secretário de Estado para as multinacionais.
Há muito que quer os seus apoiantes quer os seus adversários vêm dizendo que ele teria, se fosse eleito,tentações que vão para além do estatuto do Presidente da República.
Mas o candidato, ele próprio, tinha-se sempre resguardado num discurso formalmente inatacável quanto à leitura das competências presidenciais. Descaiu-se agora. Entrou a direito pela competêncais exclusivas do governo. Evidentemente, procura desdizer-se e desvalorizar o que disse. É o reconhecimento do erro cometido.

Comparada com o que disse agora, a ordem que deu a Marques Mendes e a Ribeiro e Castro para que se calem durante a campanha é um erro menor. Só criou a questão, que nunca ninguém se lembraria de colocar, da legitimidade do intenso apoio partidário que recebe do PSD. Agora, Cavaco mostrou que os que dizem que ele não tem perfil de Presidente da República, têm razão.
Resta saber se os portugueses já estão dispostos a perdoar-lhe tudo ou vão decidir o voto pensando na resposta à questão a que chamei (aqui abaixo) a pergunta da tartaruga.

PS. De que está o Primeiro-Ministro à espera para se indignar com as declarações de Cavaco sobre a orgânica do governo?