domingo, 29 de janeiro de 2006

Sobre a qualidade da formação

A propósito do post sobre educação e formação, JL fez chegar por mail o seguinte comentário:

(...)é urgente criar (e aproveitando o plano tecnológico) mecanismos que possam suportar no terreno condições reais que permitam efectuar acções de formação de qualidade.
Os centros de formação profissional nos seus cursos tecnológicos, muitos deles trabalham sem equipamentos e materiais que possam garantir ao formador um formação aproximada à realidade das empresas, obrigando assim a recorrer muitas vezes ao papel e lápis para se cumprir com os conteúdos programáticos exigidos.
Estas situações acontecem, por diversas razões, ou porque um determinado Director não está sensibilizado para as áreas tecnológicas, ou porque não existe ninguém nos quadros que possa desenvolver determinada área, ou porque existe uma inércia burocrática que dificulta a aquisição de equipamento, ou porque não se dá a devida importância aos quadros do IEFP que dão formação, para que estes possam dedicar mais tempo, ocupando-os com trabalho administrativo. Ou seja estas serão apenas algumas da razões que não permitirão efectuar um trabalho sério e condizente com as necessidades de quem frequenta os cursos do IEFP.
A formação que se pratica não é de perto nem de longe uma formação que se aproxime das reais necessidades das empresas, nem dos níveis de qualidade exigidos ao nível europeu, procurando-se apenas atingir volumes de formação para se poderem apresentar relatórios com alguns números simpáticos.
Mas para melhorarmos estas situações será necessário apostar definitivamente em projectos liderados por profissionais que possam antever, programar, acompanhar, fiscalizar, apoiar, gerir e apresentar resultados reais da formação dentro dos centros e também da formação que tem continuidade nas empresas.
Só assim poderemos ter uma formação profissional em Portugal que dê resultados práticos, beneficiando as empresas que necessitam de trabalhadores qualificados com conhecimentos dirigidos para as suas necessidades reais e também beneficiando com seria natural as pessoas que a ela recorrem.

A tensão entre a quantidade e a qualidade sempre existiu. O leitor tem razão quando pugna pela qualidade da formação, na condição de não imaginar que só há qualidade com formação em menor quantidade.
Na formação profissional, como em toda a educação, o desafio que está em cima da mesa é o de fazer melhor fazendo mais, às vezes, como na formação de activos, muito mais. E, já agora, sem progressão geométrica de recursos disponíveis.