quinta-feira, 23 de fevereiro de 2006

Adivinhem quem fez anos

Assinalou-se esta segunda-feira o aniversário da vitória socialista nas eleições legislativas de 20 de Fevereiro de 2005, a primeira em que o PS conquistou uma maioria absoluta. Surpreendentemente, a imprensa assinalou a data com balanços da governação, apesar de só a 12 de Março se completar um ano sobre a tomada de posse do Governo presidido por José Sócrates. No aniversário da vitória do PS nas eleições para a Assembleia da República esperar-se-ia um balanço do desempenho do órgão então eleito, o Parlamento, e em particular da actividade parlamentar socialista desenvolvida em condições inéditas de maioria absoluta — não, ainda, um balanço da actividade do Governo.
A ausência da Assembleia da República e do PS enquanto objectos “naturais” dos balanços efectuados esta semana é preocupante. E é preocupante porque revela que tende a consolidar-se a percepção de uma progressiva subalternização da instituição parlamentar e dos partidos na actividade política institucional. Quais as razões, modalidades e consequências dessa eventual subalternização, por um lado, e quais os meios de a superar, por outro, são provavelmente os temas de reflexão a reter nesta efeméride.
Isto, claro, se não nos esquecermos de quem foi o aniversário, esta semana.