Equívoco perigoso
Em Setembro de 2005, o jornal dinamarquês Jyllands-Posten publicou uma série de caricaturas de Maomé. Quatro (4) meses depois, em Janeiro de 2006, protestam governos árabes nos fóruns internacionais e muçulmanos em fúria nas ruas, atacando, indiscriminadamente dinamarqueses, franceses e outros europeus.
Atenção ao tempo para se perceber bem o que se passa.
E o que se passa não é o protesto contra a publicação das caricaturas como, acima de tudo, o protesto contra o facto de os estados europeus permitirem tal publicação. Protesto que durante quatro meses não teve efeitos, pelo que saiu das salas da diplomacia para a rua.
Insisto. O que trouxe o caso para o grande público, bem para além da Dinamarca, não foi a publicação das caricaturas, foi a retaliação diplomática da Líbia e da Arábia Saudita. Quatro meses depois. Em protesto contra a recusa do governo dinamarquês em punir o jornal e apresentar desculpas em nome do país.
O que se passa é o protesto contra a liberdade de expressão na Europa e no chamado Ocidente em geral, ponto final parágrafo.
Capitule quem desvalorize essa liberdade…