A irrelevância das imagens
Há uns dias, soldados britânicos maltratavam civis; hoje, novas imagens "chocantes" de tortura de prisioneiros iraquianos pelo exército americano. Se recuarmos um pouco no tempo, lembramo-nos de mais exemplos; se esperarmos umas semanas, o mais provável é que outros nos cheguem.
Este tipo de revelações pode ser útil no jogo mediático perante a opinião pública e servir como factor de desgaste da abordagem belicista face ao médio oriente protagonizada por Bush e Blair. O que será agradável para muitos de nós.
Mas não é por causa destes abusos, isolados ou não, que se deve decidir da bondade ou da utilidade, por exemplo, da invasão do Iraque. Questões destas levantam-se em qualquer conflito armado, conduzido ou não "em nome da paz". Sendo absolutamente condenáveis as práticas de tortura e de agressão gratuita a civis, as razões de fundo para ser contra (ou a favor d)a invasão, nos tempos e nos modos em que foi feita, estão certamente muito para além destes incidentes.