Looney Left
Era assim que era conhecida a ala esquerda do partido trabalhista nos tempos áureos de Michael Foot (RIP) e Tony Benn (foi visto pela última vez a tomar chá com Saddam). Só quando o Labour se viu livre deste grupo e do poder dos sindicatos é que voltou a ganhar. Entretanto, esteve afastado do poder durante 18 anos.
A expressão que dá título ao post veio-me imediatamente à cabeça quando, anteontem, li no DN as conclusões das jornadas parlamentares do Bloco de Esquerda: o Bloco «desafiou o Governo» a revogar o código laboral. De resto, ultimamente, sempre que se faz ouvir, o Bloco defende ideias peregrinas como a convergência entre as pensões reduzidas e o salário mínimo nacional ou a sustentabilidade da segurança social através das mais valias das empresas dos sectores tecnológicos (como alternativa ao prolongamento da idade da reforma).
Dificultar os despedimentos significa menos competitividade e mais desemprego. Fazer coincidir o valor da pensão mínima com o do salário mínimo é financeiramente insustentável e até socialmente injusto. Penalizar os sectores mais inovadores é suicídio económico. Não acredito que Louçã ignore estas coisas elementares. A questão é que Louçã (para o caso, Louçã ou BE é a mesma coisa) insiste na estratégia de competir com o PCP em ortodoxia. Não mudou nada nem aprendeu nada com o resultado das presidenciais. Entre o original (o PCP de Jerónimo) e a cópia (o BE de Louçã), os trabalhadores descontentes vão continuar a preferir o original.