"More and better jobs" ou "more bad jobs"?
Num recente debate sobre a evolução das políticas laborais europeias consonantes com a já alterada Estratégia de Lisboa - decidida pela Cimeira de Lisboa, durante a presidência portuguesa da UE, em 2000 - gerou-se alguma polémica em torno da tese, de C. Pissarides, que sustenta que, no quadro da chamada sociedade da informação e do conhecimento, a caminhada acelerada para a competitividade seria incompatível com um dos objectivos da anterior versão da Estratégia de Lisboa, designadamente a obtenção de mais e melhor emprego, com maior coesão social.
A perturbação foi grande quando um dos participantes se interrogou de viva voz sobre se o que estava a ser proposto em Viena era a substituição dos "more and better jobs", a que os quinze se tinham comprometido em Lisboa, por "more bad jobs".
Ainda que a interrogação seja um pouco simplista, não deixa de merecer reflexão e de sintetizar bem duas ópticas distintas para a evolução do emprego e do(s) modelo(s) de sociedade desejáveis e possíveis na União Europeia. Os próximos capítulos prometem, portanto.