Sobre política económica e ciclo eleitoral
A ler, no número de Fevereiro/Março da Economia Pura, o artigo de Teodora Cardoso sobre “A obra de Cavaco Silva, a ciência económica e a política”. Nele se argumenta que Cavaco Silva procurou sempre optimizar os efeitos das suas políticas económicas no curto prazo do ciclo eleitoral, independentemente das consequências destas no longo prazo do desenvolvimento. Consequências que, agora, estariam no centro da crise económica que urge resolver. Citando o último parágrafo:
“É tempo de tanto a esquerda como a direita perceberem que as rendas de Cavaco acabaram e que as reformas agora necessárias já não consistem em aumentos de rendimento sem contrapartidas. Têm, pelo contrário, que começar pelo aumento das contrapartidas, num contexto que assegure a protecção dos mais fracos, mas que não a use como capa para ocultar a ambição do poder.”
A ler, para mitigar esperanças eventualmente desajustadas.
A não ser que faça sentido uma analogia com as escolhas dos departamentos de segurança informática das empresas — para os quais o melhor perito em segurança será sempre um ex-hacker.