Ganhar os portugueses para o OE 2007. Missão possível?
A avaliar por estes resultados, o governo ainda tem que fazer um esforço significativo para explicar aos portugueses o Orçamento de Estado de 2007, caso não desista de obter a sua concordância.
Se o PS quer consistentemente liderar politicamente a modernização do país e não apenas protagonizar as medidas difíceis da consolidação orçamental conjunturalmente decisiva, de nada adianta a bravata de desvalorizar os indicadores de opinião e ficar insensível aos de agitação popular.
Se o que tem que ser feito tem mesmo que o ser e se há no OE muitas medidas inevitáveis, por muito impopulares que sejam, já não se percebe a clamorosa gestão das tarifas energéticas ou as medidas sem cobertura no Programa de Governo, de impacte financeiro assumidamente reduzido e violentas para as convicções socialistas, como as taxas moderadoras nos internamentos.
Seria um erro sério de percepção política ver só manipulação no que se passa "na rua". Ela existe, mas já não tem pujança para tanto, como todos sabemos.