segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Às voltas com o voos alegadamente da CIA

Já disse aqui mais do que uma vez que não percebo a estratégia do governo no tratamento da questão dos alegados voos da CIA.
Agora chega a notícia de que a Comissão que trata do assunto no Parlamento Europeu vem a Portugal, uma vez que o Governo na resposta que lhe enviou não esclareceu se estava ou não disposto a prestar-lhe os esclarecimentos pedidos...
Não creio que o Governo vá deixar os deputados do Parlamento Europeu à porta das Necessidades, pelo que a estratégia do responde, fazendo de conta que responde sem responder nem dizer se responde ou não que o governo continua a assumir, continua a não levar a nada.
Eu sei que os nossos soberanistas empedernidos têm pruridos quanto a ver o Governo responder perante o Parlamento Europeu constituido por deputados que, aliás, elegemos. Mas que sentido faz essa posição depois de Espanha, Itália, Polónia, Roménia, Reino Unido, Irlanda e Alemanha terem respondido positivamente à mesma pretensão?
O que me incomoda é que Portugal começa a ser visto como não cooperante com o apuramento da questão de direitos humanos subjacente e eu preferia que cristalinamente dissessemos que não fazem sentido quaisquer alegações desste tipo ligadas a Portugal ou, caso o façam, que fossemos os primeiros a investigá-las e a apurar o que houver para apurar, como outros já fizeram e é nosso dever de democracia madura.