Hey Lloyd
O Lloyd Cole é, ainda hoje, vítima do sucesso que teve na recta final dos Commotions. Só isso pode explicar que os seus dois últimos álbuns tenham passado tão despercebidos. Muito provavelmente desde Rattlesnakes e Easy Pieces que não produzia nada assim. Shelf Life do disco anterior, Music in a Foreign Language, não fica a dever nada a Perfect Skin, ainda que num registo completamente diferente – o peso dos anos nota-se-lhe em tudo – “i’m consumed by delusions of grandeur” assim começa (quem encontrar a letra do shelf life pode bem deixá-la aqui em comentário. Ficarei eternamente grato). O último disco – Antidepressant – é muito convincente para os fãs de longa data, mas serve também para “converter” as novas gerações. Mas, sintomático da sua perda de popularidade, do novo disco nada se encontra no YouTube para além de umas quantas gravações de telemóvel de concertos a meias com o Neil Clarke – sendo que, por exemplo, woman in a bar é um teledisco à espera de ser feito. Ainda assim, na sua Escócia natal (onde a tradição de boa pop continua sólida), não está esquecido. Os Camera Obscura, que editaram recentemente um disco (Let´s get out of this country) que emparelha muito bem com o novo do Lloyd Cole, prestaram-lhe nesta música uma merecida homenagem.
Isto para recordar que, há uns tempos, o Lloyd Cole escreveu na sua página: “Neil Clark, my computer and I will be playing songs around Europe”. Na terça-feira, calha a Lisboa.