Quatro vezes “NÃO!”
É claro que, por razões mais ou menos óbvias, um Estado digno desse nome tem de ter forças armadas e forças policiais eficientes.
Mas quando aparecem nos media uns senhores encapuçados que se afirmam dirigentes sindicais da polícia a dar conferências de imprensa, e quando, alguns dias depois, os jornais descrevem como uma manifestação declarada ilegal é transformada num “passeio” onde participam generais na reforma e na reserva, eu não faço como um general com justificada má fama, a quem se atribui o dito “quando ouço falar de cultura, puxo da pistola”.
Eu, não: ligo a Internet para obter dados e faço contas.
No caso, contas feitas, começam as perguntas.
Portugal precisa de investir mais na defesa do que a Espanha e a Irlanda?
Portugal satisfaz melhor as necessidades dos cidadãos do que a Irlanda, a Espanha, a Finlândia e a Dinamarca?
E tem menos prestígio internacional do que aqueles países?
Seríamos um país pior se reduzíssemos a despesa com a defesa para obter folgas orçamentais para a protecção social, a educação, ou a investigação científica?
Se a resposta for, como me parece, quatro vezes “NÃO!”, então é que eu fico mesmo sem saber porque é se hão-de tolerar as conferências de imprensa de encapuçados e as substituições das manifestações ilegais por “passeios”.
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