Análises sérias e propostas construtivas
Li no público durante o fim de semana que Bush diz que o "relatório Hamilton-Baker" (que basicamente deita por terra vários dos alicerces de tudo o que administração americana tem dito e feito sobre o Iraque), é "muito construtivo" e "merece uma análise séria".
Ao entrar nos anos finais do seu segundo mandato e, depois de uma derrota séria nas últimas eleições, perversamente uma posição na aparência mais aberta poderá ser a melhor jogada de antecipação para minorar danos na gestão dos novos equilíbrios internos. Bush sabe que tem dois anos difíceis pela frente (por sinal, os últimos) e que, se é que ainda é possível, só assim poderá salvar o que houver a salvar - da imagem que ficará para a história (coisa que Blair já não terá oportunidade de fazer), mas acima de tudo do terrível avolumar de factos consumados em que se converteu a invasão do Iraque e tudo o que se seguiu. A contagem já vai em anos, e o caminho tem sido sempre a descer, sendo que não consta que o cenário seja melhor na região em volta.
Análises sérias e propostas construtivas: eis algo de que os iraquianos, e já agora os países ocidentais, muito precisa(va)m. Mas não só agora.