domingo, 10 de dezembro de 2006

Morreu um ditador

Pensei em dois ou três refugiados chilenos que tive o privilégio de conhecer. Lembrei-me das discussões intensas sobre o sabor amargo do relato de Miguel Littin, transcrito por Garcia Marquez, sobre o que viu e o que sentiu no seu regresso clandestino ao país. Tive vontade de reler, em particular, um certo conto de Luis Sepulveda de que não me recordo o título e de pôr o Missing no DVD.
Lembrei-me ainda, a propósito de tudo isto, os meus velhos amigos do GSAL (um dinâmico colectivo de activistas generosos e solidários com a América Latina por onde também passei nos anos 80 e com os quais aprendi muitas coisas bonitas) e em particular de uma iniciativa com que assinalaram o dia em que choveu em Santiago.
Não encontrei no facto de o ditador ter morrido nenhuma razão para esquecer e continuei a ficar triste por o exército chileno ainda ter considerado haver motivos para pôr bandeiras a meia-haste, velar o seu corpo na Escola Militar e prestar-lhe honras militares.