Cartas de Iwo Jima
Se As Bandeiras dos Nossos Pais era um bom filme, Cartas de Iwo Jima (2006) é um grande filme. Talvez o melhor de Clint Eastwood. E um dos que mais sublinha a inutilidade e a crueldade da guerra. Independentemente dos olhos usados para (re)viver o conflito.
Perto do fim, já com a derrota japonesa confirmada, um diálogo simples entre o general Kuribayashi e o soldado Saigo resume os equívocos do militarismo, mesmo quando protagonizado pelo militar menos militarista (e cito de memória):
General Kuribayashi: “És um bom soldado!”.
Soldado Saigo: “Não, sou um padeiro longe de casa”.
No princípio do filme, um diálogo entre o mesmo Saigo e outro soldado ilustra a futilidade e a arrogância da cultura da morte dos poderosos (e cito novamente de memória):
“O que estás a ler?”
“Um livro sobre um rei que mandou fazer um castelo para a sua mulher, que morreu.”
“Um castelo para uma morta? Devia ser um país muito rico.”