Para acabar de vez com o assunto
Não sei se em alguma sondagem foi perguntado aos portugueses se queriam continuar a discutir a despenalização do aborto. Caso tivesse sido, arrisco dizer que uma esmagadora maioria tenderia a responder não. Tirando uma mão-cheia de activistas militantes de ambos os lados da barricada, a maior parte dos portugueses está cansada da discussão. É natural. Como qualquer pessoa que já tenha passado, directa ou indirectamente, pela situação sabe, o aborto toca dimensões complexas das nossas vidas e envolve decisões dramáticas e vividas com sofrimento. Que esse tema seja alvo de sistemática discussão pública só pode causar repulsa e servir para relembrar o sofrimento.
É também isso que está em causa no referendo de próximo Domingo, fazer com que o aborto deixe de ser tema de discussão política e seja devolvido ao seu lugar: a esfera privada e da responsabilidade individual. Entre outras garantias que oferece, a vitória do sim encerra o assunto e ultrapassa a situação actual.
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