Os custos humanos do "milagre chinês"
Um relatório recente da Amnistia Internacional permite começar a perceber parte da dimensão dos custos humanos associados ao “milagre económico chinês”.
Neste caso, trata-se dos migrantes internos: 2 milhões em 1980, serão actualmente 150 a 200 milhões e estima-se que cheguem aos 300 milhões em 2015.
Frequentemente indocumentados e incapazes de obter toda a documentação necessária, vivendo e trabalhando em condições ultra-degradadas, sem alimentação adequada, frequentemente forçados ao trabalho suplementar e a abdicar das férias, estes migrantes internos podem ver-se confrontados com pedidos de pagamento de um custo diário de tratamento hospitalar equivalente a um mês do seu salário.
É de casos destes que não deveriam esquecer-se alguns dos que orientam o combate à globalização como se os Estados-Nação já não contassem na regulação social das sociedades contemporâneas.