segunda-feira, 16 de abril de 2007

Eles pensam o que dizem para não dizerem o que pensam

Conto-me entre os que acham que a extrema-direita portuguesa deve ser deixada a falar sózinha. Não se pense que o digo por ingenuidade quanto a quem são e ao que vêm. Eles são mesmo perigosos e acreditam mesmo que podem transformar o país nas coisas horrendas que os animam.
Os cartazes do Marquês tornaram as coisas mais claras. A voz pública do PNR lá veio dizer ao Sol que "A ideia da mensagem foi muito discutida na direcção. Quisemos ter um cartaz intocável, completamente dentro da lei."
Eles sabem o que fazem e pensam o que dizem para não dizerem o que pensam. A nossa batalha é a de conseguir que aquilo que pensam não ganhe adeptos, tarefa para a qual não avançamos nada a esgrimir com o seu discurso público. É necessário deixá-los a falar sózinhos e falarmos nós com sucesso para aqueles a quem eles se querem dirigir. Este adversário é muito perigoso mesmo quando é ultraminoritário. É uma lição da história da Europa no século XX que não pode ser esquecida e fazer com que não apaguem a memória, para citar o feliz nome de um movimento cívico, terá sempre que ser prioritário.