Começar de novo
Uma coisa resulta claro do que se tem passado na autarquia de Lisboa nos últimos anos: ninguém sai bem da fotografia. E o ninguém quer dizer essencialmente os dois principais partidos, os que, quer no poder, quer na oposição têm maiores responsabilidades. Não vale a pena olhar para trás e recordar o que se passou desde que João Soares conseguiu perder as eleições para Santana Lopes, nem quando Carrilho conseguiu que Carmona Rodrigues se tornasse aquilo para que manifestamente não tinha capacidade política. Agora é tempo de começar de novo e começar de novo, com o lastro que existe em Lisboa, não é nada fácil. Provavelmente, na área do PS, só há mesmo uma forma de fazê-lo, com um candidato que tenha autoridade interna e externa. Um candidato que consiga impôr a sua vontade face aos equilíbrios de poder que sempre existem nas estruturas partidárias locais e que saiba (e possa) pôr ordem no desvario e confusão que se sente na governação de Lisboa. Antes de mais, é preciso alguém que trate da política e que tenha peso político. Só então haverá tempo para as políticas.