Economia e institucionalismo
Têm-se multiplicado, nos últimos anos, as alternativas institucionalistas à ortodoxia económica. Para identificar o núcleo comum dessas alternativas e evoluir para uma síntese dos institucionalismos, foi redigido por Alain Caillé (director da revista do MAUSS) o manifesto “para uma economia política institucionalista”, disponível em linha e aberto à subscrição. Associaram-se de início a esta proposta, entre outros Robert Boyer, Olivier Favereau, Geoffrey Hodgson, Bob Jessop, Michael Piore e Philippe Steiner.
No manifesto são identificados três princípios gerais da síntese proposta. Em primeiro lugar, defende-se a prioridade da economia política sobre a ciência económica, argumentando-se que a ciência económica deve ser o momento analítico da economia política; em segundo, que “as instituições importam”, dependendo o funcionamento das economias de um quadro institucional adequado; finalmente, salienta-se a necessidade de a construção teórica, e em particular conceptual, ter em conta o encastramento histórico e social dos sistemas económicos.
Apesar do fechamento (militante?) em relação a alternativas institucionalistas que procuram articulações com correntes mais ortodoxas da economia, a iniciativa pode constituir um desenvolvimento importante na renovação do pensamento económico.