Que raio de argumento!
Rui Ramos afirma no Público de hoje que o "papel do Maio de 68 na história de França é, graças ao calendário, esconder o Maio de 58" e que "A nenhuma sociedade, como notou Nietzsche, convém saber demasiada história".
Sarkozy tem uma tese semelhante mas politicamente mais engagée: assume que quer encerrar, sem balanço, as heranças de Maio de 68.
Dá vontade de perguntar, a um e a outro, o que gostariam de fazer com dois outros episódios da história de França: a Revolução Francesa e a Frente Popular.
É que, por mim, não deitaria às urtigas a Revolução Francesa lá porque o calendário que usamos não inclui nenhum mês chamado Brumário, nem arrumaria a Frente Popular na prateleira das curiosidades só porque há países em que os trabalhadores têm férias pagas e nunca conheceram nada semelhante à Frente Popular.