O José Carlos Megre é uma excelente fonte de artigos publicados sobre política. Hoje, apanhei lá um, publicado no Financial Times, com uma interessante reflexão sobre como devem os partidos socialistas europeus procurar vencer eleições. Vindo de onde vem, é natural que considere a vitória em si um valor. Mais interessante é notar que a receita "de mercado" que faz começa pela necessidade de os políticos se dirigirem ao que preocupa a sua base de apoio:
If they need inspiration Europe’s socialists should look to the one place they normally never seek it: the US. In spite of Republican claims, Barack Obama is no socialist. But he has just delivered a master class in political strategy that should educate all opposition parties. Three relevant lessons emerge. First, politicians must address their supporters’ core concerns. Second, they must compete for new supporters by emphasising change. Third, they should project an image of calm, non-ideological competence.
The language of the market may not be very popular at the moment but it speaks to a fundamental political truth: the offer has to correspond to the demand. There is a huge demand for fresh, responsible, centre-left thinking and effective leadership across Europe. Can the political offer respond?
É certo que há partidos que carecem de definir com precisão quem são os seus apoiantes e quehá, por vezes a ilusão, de que as reformas que contrariam as próprias bases de apoio são as que valem a pena. Mas acredito mais na eficácia da capacidade democrática de o poder convergir com as suas bases do que no método iluminado e vanguardista de as converter ou forçar a convergir com o poder. Afinal, nada que não se escreva no Financial Times, à luz da vitória de Obama.