Santa ignorância!
1. Primeiro António Barreto, depois André Freire, prematuramente auto-elevado à categoria de nacional-pessimista (da linha “está tudo mal”). Será tão difícil de entender que as instruções de realização de um exame devem ser o mais precisas possível para evitar variações de comportamento com influência nos resultados? Que neste campo o que se pretende quando se quer garantir a comparabilidade daqueles resultados é mesmo evitar a autonomia interpretativa do aplicador? Nunca coordenaram a aplicação de um questionário?
2. E, já agora, duas observações. Primeiro: não se pode querer fazer das notas dos exames um elemento fundamental da avaliação do sistema educativo e, ao mesmo tempo, ignorar os efeitos de aplicações variáveis sobre a distribuição dessas notas. Segundo: exactamente porque variações de aplicação podem tornar incomparáveis resultados de testes que se querem comparáveis, o manual da OCDE sobre o PISA é ainda mais pormenorizado do que o citado manual do ME. Claro que se pode ignorar o problema técnico em causa e proclamar, ao melhor estilo X-Files, que a OCDE pretende, através do PISA, controlar centralmente o sistema educativo de todos os países membros da organização… Ou ignorar a referência a boas práticas internacionais generalizadas com um saloismo transvertido de irreverência anti-hegemónica…