segunda-feira, 1 de junho de 2009

Falta de mundo

É o que se conclui quando se ouvem vozes preocupadas com o volume da imigração em Portugal. O grande problema português não é o número de imigrantes mas o fraco contributo da imigração para o rejuvenescimento da população nacional. Sublinhe-se, da população nacional, não apenas da população residente em Portugal. Veja-se, a propósito, a baixíssima relação em Portugal, em 2006, entre o número de aquisições da nacionalidade (ainda com a anterior lei) e o número de nascimentos: 3,5%, contra 74% no Canadá ou, mais perto de nós, 48% na Suécia; ou ainda, aqui ao lado, contra 13% em Espanha.

Envelhecimento da população agravado e exclusão identitária dos migrantes serão sempre as consequências de uma política de imigração tão pouco cosmopolita como a que se reclama quando se agita o fantasma da “imigração a mais em Portugal”.



Relação entre aquisições da nacionalidade e nascimentos em alguns países desenvolvidos (em percentagem), 2006
Fontes: OCDE
(aquisições da nacionalidade); Nações Unidas (nascimentos).