Saúde: quatro boas batalhas
Eis quatro temas, cuja evolução não deixará de ser marcante da governação actual, e que correspondem, até agora, a motivos de orgulho para os que se preocupam com o desenvolvimento da cidadania plena:
(1) Denunciar, na Assembleia da República, o cartel das farmácias, um lóbi que está habituado à intervenção política dura - lembram-se da campanha contra Ferro Rodrigues, com distribuição de panfletos nas farmácias? - em resposta à recusa da ANF de partilhar 7% do mercado, conforme disse A. Correia de Campos ao Expresso de 15 de Outubro;
(2) Transformar a intermediação entre o Estado e as farmácias, limitando as afinidades electivas com a ANF e substituindo esta por um grupo bancário escolhido em concurso público;
(3) Obter um reforço do Orçamento do Estado para a saúde, para combater a doença crónica da suborçamentação do sector e criar boas condições de gestão de compras nas unidades de saúde;
(4) Usar os poderes de que o Ministro dispõe para melhorar, num quadro legal cuja modificação não depende do Governo, o acesso das mulheres à IVG nos casos em que a lei actual o permite - como salientou, em devido tempo e aqui no Canhoto, o Paulo Pedroso - em condições de decência .
Vencer esta batalhas mudará, para melhor, um domínio das políticas sociais em que Portugal já tem uma muito boa posição internacional.
Não é coisa pouca.