O que me intriga na sondagem do Público sobre as presidenciais
O que me intriga na sondagem do Público sobre as Presidenciais não é o resultado das intenções de voto. A vantagem de Cavaco era esperada e a cristalização de eleitorados entre Soares e Alegre far-se-á de mado definitivo apenas à medida que se aproximar o dia da votação, seguindo a tendência de descida de Alegre e subida de Soares.
O que verdadeiramente me intriga é que, pelas outras perguntas, se vê que Cavaco está a conseguir fazer a mensagem de que seria, se eleito, um Presidente sem a tentação de se substituir ao governo, de conflituar com ele ou de o derrubar. Como será a parte do eleitorado que votou no PS nas últimas eleições que se render a essa imagem a decidir da derrota ou vitória de Cavaco na primeira volta, esta é, a meu ver, a verdadeira má notícia da sondagem.
Porque estão os portugueses a ignorar os muitos sinais dos apoiantes de Cavaco de que não seria assim, a esquecer os deslizes do próprio candidato e a não dar ouvidos ao que tem sido repetido pelas outras candidaturas? Mais do que de indagar a resposta, Soares precisa, urgentemente, de a pôr em prática nos próximos dias porque, não há dúvidas, é agora ou nunca.