segunda-feira, 24 de abril de 2006

O «fim do Estado Social»

A linha editorial do Público alterna entre o neoliberalismo furioso de José Manuel Fernandes e o fetichismo do Estado de São José Almeida (SJA). Entre uma coisa e outra, não há nada. Na edição de sábado, SJA chegava à conclusão de que o Governo Sócrates «inverteu a aposta do Estado nos últimos 30 anos». Segundo a jornalista, «aposta no Estado social» já era. Tudo porque o Governo decidiu fechar algumas escolas e maternidades. É evidente que a decisão contribui para a redução da despesa (o tal «economicismo»). Mas ela é boa por outras razões, fáceis de perceber: desde logo, porque maternidades sem condições representam um risco para as mães, e porque escolas com poucos alunos conduzem ao insucesso.
Ao fim de 30 gloriosos anos de crescimento económico (1945-73), a social-democracia europeia tem vindo progressivamente a descobrir os efeitos perversos do Estado Providência. Ao fim de outros tantos anos (1974-2005), o Governo PS está a fazer exactamente o mesmo. Nada de muito original, portanto.