quinta-feira, 18 de maio de 2006

E, no entanto, ela move-se (2)

Quando Marques Mendes votou contra o Orçamento de 2006, Manuela Ferreira Leite considerou que o PSD devia ter optado pela abstenção. Quando Marques Mendes classificou as medidas de desburocratização do Governo como «propaganda política», Manuela Ferreira Leite afirmou à Rádio Renascença (27 de Março) que «O Governo tem estado a tentar tomar medidas no sentido correcto daquilo que o país precisa (…) Muitas medidas são as que nós defenderíamos, portanto, com certeza que não posso deixar de concordar». Quando Marques Mendes se manifestou contrário ao encerramento de algumas salas de parto, Manuela Ferreira Leite voltou a desautorizá-lo: «as pessoas responsáveis, que de alguma forma têm influência na opinião pública, têm a obrigação de não fazer demagogia com esta questão» (DN, 16 de Maio de 2006). Não se costuma olhar para Manuela Ferreira Leite enquanto líder da oposição interna. No entanto, nos últimos meses, poucos dirigentes do PSD terão desautorizado mais Marques Mendes do que a Presidente da Mesa do Congresso.