A longa sombra já não é o que era
Há, em minha opinião, algum mérito substantivo na legislação que a Ordem dos Arquitectos fez a Assembleia da República discutir, visto que reuniu as assinaturas suficientes para fazer funcionar o instrumento legislativo que faz com que a AR tenha o dever de debater o tema solicitado.
Mas que tenha sido uma Ordem - e não uma ONG, ou um lóbi ligado aos direitos humanos ou até um sindicato ou uma associação patronal - a fazer funcionar pela primeira vez esta prerrogativa dos cidadãos, eis o que, a meu ver, não deve passar sem registo.
É caso para dizer, citando o título dum artigo dum conceituado juslaboralista sobre a sobrevida da velha legislação corporativista - da salazarista e da marcelista, claro! - na democracia em que vivemos, que há mesmo uma "longa sombra do corporativismo".
Só que, parece, mesmo a sombra corporativista já não é o que era.
Veremos o que se segue.