Os inimigos do Governo na área da educação
A política do Governo para a educação tem dois inimigos a abater, o insucesso escolar e o atraso nos níveis educativos do país. Tem um adversário de peso, a ineficiência da despesa pública com educação. E tem um objectivo claro, conseguir mais escola pública, mais diversificada, mais atenta às necessidades dos alunos, com mais actividades e mais sensível às famílias dos alunos.
No caminho, entre outros, há um escolho para remover, um sistema de carreira docente que juntou aos defeitos originais os que se acumularam pela maneira como foi sendo aplicado e interiorizado pelos agentes.
Quem pensar no Ministério da Educação que os professores são os seus adversários está rotundamente enganado. Quem pensar, do lado dos sindicatos, que se pode prescindir de rever este modelo de carreira, está preso a uma ilusão sem futuro.
É preciso romper com o triângulo do impasse: despesa publica a nível aceitável mas ineficiente; escola com segmentos de qualidade mas incapaz de chegar aos alunos que dela mais necessitam; níveis de escolarização baixos e demonstrando dificuldades sérias em progredir.
Quem se sentir confortável com a situação actual que se atenha ao edifício que existe. Quem não esteja e ache que o Governo está a errar o alvo que proponha melhorias e/ou alternativas. Só não percebo os que, sendo defensores da escola pública, se opõem ao que muda dizendo mal do que existe e não oferecendo outros caminhos possíveis.