terça-feira, 19 de dezembro de 2006

Do I fancy him?



Blair inaugurou a onda cool, em 1997, com um cocktail oferecido a artistas pop no nº 10 da Downing Street. Mais recentemente, na rentrée do seu partido, Nicolas Sarkozy, conhecido admirador da cultura dos subúrbios, foi visto a aplaudir um rapper da moda. Na semana passada, foi a vez do líder conservador, David Cameron, se assumir como fã incondicional das Girls Aloud, em especial de Cole (membro da banda e mulher do futebolista Ashley Cole). De repente, todos os líderes políticos estão em sintonia com os tops de vendas musicais. Estranhamente, nunca se pergunta aos/às protagonistas dos tops de vendas o que pensam disto. Em boa hora, a revista New Statesman abriu uma excepção, ao realizar, na última edição, uma entrevista política com as próprias Girls Aloud. No fim de uma entrevista em que as estrelas da pop britânica tiveram a primeira oportunidade de dissertar sobre fiscalidade, grammar schools e estratégias de comunicação política, Cole deixou uma frase que diz tudo acerca da eficácia destes exercícios de modernidade política: «Politicians know that we get listened to by more young fans than they do. That’s why David Cameron said he fancied me. He was just trying to be cool… Do I fancy him? No! Politicians should stop trying to be cool and get on with running the country».